quinta-feira, 26 de setembro de 2013

meu querido João



Quando eu olho eu dentro do seus olhos é como se eu estivesse olhando para o céu mais estrelado que um dia pairou sobre a terra. Que pensamentos você tem? É o que me pergunto a todo instante. Quais boas intensões repousam no seu pensamento?  Eu não tenho o que dizer, eu como se eu estivesse começado a viver outra vez e deixei uma "antiga de mim" me esperando em uma esquina qualquer enquanto contorno esse quarteirão da vida.
Quando eu olho para esse lugar, que um dia me despertou tantas coisas boas, que foi o cenário de toda minha vida, que presenciou nós crescendo, hoje eu não quero mais ir a esse lugar. Não quero mais pertencer  a essa cidadezinha linda, de céu azul, cercada por um mato verdinho e de boa águas. Sinceramente, tudo que mais desejo é acordar toda apavorada na minha cama, eufórica, com o rosto úmido e o coração disparado e ter alguém me olhando com desprezo dizendo " - tava sonhando hein menina ?" "-eu confessaria a ela que se tratava do pior pesadelo da minha vida." Mas iria me sentir bem, iria me sentir incrivelmente bem, pois o pesadelo haveria passado e o melhor, foi apenas "um sonho ruim."
Porque não poderíamos simplesmente ser comuns ? Envelhecermos em cadeiras de balanços, fazendo crochês e compartilhar com os pequenos as desvantagens de se prender às vaidades desse mundo. Mas eu vou tentar, preciso tentar novamente voltar pra casa e colocar as coisas no lugar.
Sei que todos estão se esforçando e oferecendo o melhor de si.
Acreditam e lutam. Talvez nem acreditem, mas eles lutam. E como lutam, como são corajosos, como são fortes, como são valentes, como são inspiradores.
Tudo que eu quero é vê-lo vencer. E sei que vai, certamente prevaleceremos.
Eu não vou desistir, não vou desistir de olhar novamente nos seus olhos e te dizer mais uma vez " eu acredito que você vai sair dessa, sim, eu confio em você meu irmão!"
eu amo você e vocês.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Um Suspiro. Um Suspiro, é tudo o que hoje sou.



Eu venho perdendo um pouco da paciência tão bravamente conquistada, perdendo um pouco da esperança, perdendo um pouco dos velhos sonhos. Tem uma ferida aberta e ela precisa parar de sangrar, precisa ser cicatrizada, precisa se tornar logo um sinal a ser lembrado, a lembrar-me de que eu superei, eu sobrevivi.
Eu venho perdendo um pouco de fôlego e um pouco da resistência, ando perdendo um pouco da imunidade aos velhos lapsos de covardia presenciados.
Ando de fato, um pouco enfraquecida.

Não há meios de se descrever um suspiro, mas ele é tudo o que consigo exprimir agora. Um suspiro. Exatamente isso, um suspiro. De dor ou alívio, de quem sorri e de quem não aguenta mais. De quem ainda espera e de quem de repente, já desistiu. De ansiedade e de muita fadiga. Um suspiro, é exatamente o que sou agora.
E onde encostar os ombros já cansados, que por ora julgado leves, estão bem pesados. E onde me reabastecer ? Pra onde correr? Preciso que seja injetado na minha veia algum tipo de substância  que aqueça meu sangue e dilate minhas pupilas, preciso sentir meu coração bater e me lembrar de que ainda vivo, ainda respiro.
E dói pensar nos dias que se tem transcorridos, perceber quão longo às vezes se demonstram e quão torturantes são a não revelarem para onde nos conduzem. 

 Diante de um esgotamento, saber que ainda há algum espaço, só não saber onde e pra que..pra quem..e por quanto tempo. Eu queria poder anestesiá-los de todas essa dor, fazer esquecerem de todo esse sofrimento. Queria poder ser forte, mais resistente, roubaram minha coragem e me deixaram acreditar que eu era de fato forte.. 
Tenho sonhos, mas não sinto necessidade de revelá-los, nem mesmo à mim. Mas ainda que com a tão óbvia fraqueza, com todo o sobrecarregamento, com todo cansaço, com toda dor, sei que ainda há espaço. Sei que posso, naquele que alimenta, aos meus olhos, a minha pequena força. Mínima força. Quase nada força. Talvez, nenhuma força. Como um fantoche que se preenche com as mãos estranhas,  São Suas mãos, tão familiares, que por todo esse tempo, tem me mantido em pé.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

outro peso qualquer




Embarcar em um belo navio e viver um grande amor, despedir-me jogando lenços sobre o mar e olhar com saudade para aqueles que ficariam parados sobre o inerte pedaço de terra.
Encarar aquele oceano imponente e livre. E talvez, insistir em procurar por algo sobre a superfície, ainda que eu saiba que se há alguma companhia, ela estará no fundo do mar.
Precisaria abrir os braços na proa do navio e sentir aquele vento de alívio e cada parte do meu corpo. Provavelmente estarei de olhos fechados querendo ignorar tudo ao meu redor, pretendo apenas, desfrutar daquele silêncio que tentava invadir meu corpo.
E se no final eu naufragasse naquele oceano gelado,  ao menos teria uma sensação real, saberia que a água era gelada e essa era razão do meu frio. E talvez, não seria tão ruim assim um pouco de solidão. Seria um oceano, ainda que frio e escuro, mas não seria ruim tê-lo só pra mim.
E depois procurariam por mim no fundo dele, por algum sinal, talvez por algum corpo revestido de lodo e enfeitado por algas e se me encontrassem, me perguntariam : - Por onde tens andado ?
e eu os levaria até a superfície e diria: é aqui em cima que as pessoas costumam andar.
E saíria da água salgada, caminharia, carregando apenas o peso das roupas molhadas e nada mais. Nenhum outro peso qualquer.