terça-feira, 8 de janeiro de 2013

outro peso qualquer




Embarcar em um belo navio e viver um grande amor, despedir-me jogando lenços sobre o mar e olhar com saudade para aqueles que ficariam parados sobre o inerte pedaço de terra.
Encarar aquele oceano imponente e livre. E talvez, insistir em procurar por algo sobre a superfície, ainda que eu saiba que se há alguma companhia, ela estará no fundo do mar.
Precisaria abrir os braços na proa do navio e sentir aquele vento de alívio e cada parte do meu corpo. Provavelmente estarei de olhos fechados querendo ignorar tudo ao meu redor, pretendo apenas, desfrutar daquele silêncio que tentava invadir meu corpo.
E se no final eu naufragasse naquele oceano gelado,  ao menos teria uma sensação real, saberia que a água era gelada e essa era razão do meu frio. E talvez, não seria tão ruim assim um pouco de solidão. Seria um oceano, ainda que frio e escuro, mas não seria ruim tê-lo só pra mim.
E depois procurariam por mim no fundo dele, por algum sinal, talvez por algum corpo revestido de lodo e enfeitado por algas e se me encontrassem, me perguntariam : - Por onde tens andado ?
e eu os levaria até a superfície e diria: é aqui em cima que as pessoas costumam andar.
E saíria da água salgada, caminharia, carregando apenas o peso das roupas molhadas e nada mais. Nenhum outro peso qualquer.