segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eu tento silenciar meu choro enquanto minhas lágrimas escorrem! Sei que tudo é um processo de adaptação,mas como se acostumar com a falta de silêncio e com o cinza celeste? Como fechar os olhos para miséria constante e a necessidade de violação ? Como me conformar com as salas cheias mas sem nenhum aprendizado ? Quando é que vou compreender, que a futilidade aqui é necessária e que eles precisam pisar em alguém para se sentirem grandes? Quando é que vou perceber que aqui você vale o que você tem ? E se você não tem , você não é. Como entender que as boas ações são em troca de status de '' boas pessoas" e não de compadecimento do próximo? Eu encaro sorrindo um vagão cheio de mau humorados; E como são apressados esses de pouco humor. Como assimilar a grandeza da cidade com esses corações tão pequenos, que só batem para espalhar o próprio sangue? Como entender que neste lugar tão quente as pessoas ainda se mantêm frias? Não vou me acostumar. Na verdade, eu não quero !
Não quero me submeter a essa rotina de sobreviventes. Eu aprendi que o céu deveria ser azul. Que as pessoas deveriam ser boas e se ajudarem.Que ao amanhecer, apenas as aves concederiam sons aos dias comuns. Que o ar deveria ser limpo,que devíamos respeito ao próximo e que as pessoas sempre teriam algo a nos oferecer,não necessariamente material. Que nossos corações deveriam ser aquecidos e eu deveria me importar com as lágrimas alheias. E serão essas a verdades em que eu irei acreditar. Não porque quero me preservar em uma ingenuidade, mas porque, não quero corromper os meus valores!

terça-feira, 13 de setembro de 2011


''Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade"
Clarice Lispector

segunda-feira, 12 de setembro de 2011



Eu abro meus olhos todas as manhãs e me procuro no espelho. Com os dedos emaranhados ao fios de cabelos desgrenhados, encaro o meu reflexo. Somos tão parecidos!  Procuro no fundo dos meus olhos a verdade sobre minhas confusas opiniões,quero saber se as minhas regras ainda continuam sendo preservadas e se não foram corrompidas.
Constantemente  nos alertamos sobre os antigos pactos e das velhas promessas. Talvez porque não queremos nos render aos nossos próprios vacilos, afinal,nós não cumprimos as nossas próprias leis.
Ainda olhando para aquele reflexo,procuro ver se aquele coração ainda continua imune e forte. Se ainda preserva a antiga independência e se respeita as próprias teorias.  Fecho meus olhos e suspiro. Com a cabeça baixa e os olhos já abertos,olho para a mesa onde minhas mãos se apoiam. E eu só me pergunto,"será?".
Me refugio nas suas lembranças, tão vívidas em meus ousados pensamentos,e sorrio! 
Levanto meus olhos e novamente estou de frente para o espelho,confesso que não reconheço aquele reflexo. Os olhos me parecem sinceros e iluminados,o sorriso constante e verdadeiro e as mãos , reagindo tão desesperadas,porque elas não te alcançam. Respiro fundo. Saio da frente daquele "refletor de verdades".
De repente meu coração dispara, as batidas são fortes e constantes..logo compreendi,o meu ousado pensamento cogitou a possibilidade de te perder, e isso doeu !